sexta-feira, 24 de junho de 2011

Como diz minha mãe, acho que ela nem deve lembrar como é meu nome, por que quando tá tudo bem é “Maninha” e se a gente briga eu viro “Irmã”, pareço ouvir ela gritar “ô mãe, a minha irmã não quer me levar”.

Mas o problema é: ela não cabe mais nos meus braços. Ela já não é mais aquele bebê que chegou lá em casa trazendo novos ares, despertando em nós novas prioridades. Ela não precisa mais chorar quando está com fome, já abre a geladeira o faz o próprio lanche, deixando 200kgs de bagunça, mas tudo bem. A gente não precisa mais decifrar o que ela está tentando falar, já está tudo muito claro e muito preciso, temos como conquista quando sai uma palavra inesperada como “inserir”. Antes era uma novela na hora de dormir, obedecendo a sequência banho morno, mamadeira e colo, agora se resume a “ram, eu vou é dormir, boa noite maninha”. Foi uma realização quando ela finalmente aprendeu a segurar o lápis com firmeza e escrever o G, agora já escreve frases, lê histórias e arranha no inglês. A evolução dos nomes também é algo fascinante, de Ecri foi pra Eric, Débra chegou a Débora e Piipe é enfim Felipe, acho que o único que não foi problema foi o Jeffim. Aah, e como esquecer: a ALDIRENE sumiu de vez.

Ela conseguiu muito mais que alguns passos sem firmeza, agora corre, anda de bicicleta e não mais no andador. Sabe dialogar, argumentar e o que mais perturba: sabe perguntar, muitas coisas e várias vezes.

Entra na internet, procura seus jogos, desliga o computador sozinha. Sabe a programação da TV e onde e quando passa os desenhos que mais gosta. Ela já tira foto sozinha.

E chora quando você diz que ela era linda e gordinha quando bebê.

Morre de ciúme de qualquer amigo do sexo masculino que não seja o Jeff e o Victor.

Mas ela não cabe mais nos meus braços como na primeira vez que a peguei. Não é mais o bebê lindo e gordo que eu ficava corujando enquanto dormia no meu colo, que tinha a mãozinha rechonchuda, as roupas de dois anos enquanto só tinha seis meses, que me despertava vontade de morder (juro, eu me segurava, parecia ser tão fofinha). As saias dela não tem mais só 15cm, o mundo dela se expandiu junto com as roupas. Lá em casa já não tem mais mamadeiras, chupetas e pacotes de fraldas. Aquele sorrisinho banguela só tem em fotos, a cara lerda que continua a mesma só que um pouco menos de bochechas e com uns dentes de coelho.

O problema não é saber que ela ta crescendo, é saber que eu estou perdendo tudo isso. Que daqui uns dias ela já vai saber o que é menstruação e já vai ter o primeiro namorico de escola e eu ainda vou sentir vontade de ficar com ela no colo mesmo com ela dormindo só pra ficar admirando a minha boneca. Minha mais linda e cara boneca.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Oi Dia dos Namorados, tudo bem? É, infelizmente nunca rolou uma química muito intensa entre a gente, isso é um fato. Na verdade, geralmente nem me lembro com exatidão da sua presença nos últimos anos. Mas eu quero reverter essa situação, pois tenho a doce impressão de que você é legal e que nós podemos conviver numa boa. Para isso, prometo de coração não me irritar com as constantes propagandas temáticas na TV que acontecem por sua causa, e vou fazer de tudo para não achar que todo esse romantismo não passa de mais uma oportunidade que o capitalismo vê para atuar intrinsecamente. Mas vamos combinar, você chegar esse ano em pleno domingo é mesmo pra me quebrar as pernas né? Mas não vou desistir de mudar nossa realidade. Acho que uns filminhos e chocolate vai ser um bom modo de curtir sua presença! Aliás, não há outro motivo melhor do que a sua passagem para que uma solteirona possa se entregar facilmente ao chocolate até ter um colapso hiperglicêmico e ainda assim ser compreendida. Mas claro que se você tiver um amigo inteligente, bem humorado e solteiro aí pra me apresentar, eu altero a atual programação. Ou ainda se você souber de alguma ONG que presenteia solteiras, pode colocar meu nome na lista, prometo nem questionar se quando eu acordar tiver rosas na porta da minha casa e ainda me comprometo a fazer cara de surpresa (mas caso a entrega venha acompanhada do seu amigo inteligente, bem humorado e solteiro, garanto maior satisfação da minha parte!).

Então, querido e doce Dia dos Namorados, sem nenhum clichê do tipo “ depois desse Dia dos Namorados tudo vai ser diferente”, vou confessar que estou um pouco ansiosa, então chega logo seu lindo!